Outro dia alguém me disse assim: esse negócio de amarrar a pessoa na hora do sexo é coisa de maluco. Ok, mais uma opinião desse tipo é fácil de absorver. Pra quem não sabe, por dia chegam aqui vários emails, dos mais interessantes, como o de ontem, aos mais absurdos.
Daí, o fetiche ser taxado de maluquice é pouca areia pra botar no caminhão.
E nesse emaranhado de correspondências uma me chamou a atenção.
Não vem de nenhuma bíblia fanática ou de revoltados fundamentalistas sociais.
Alguém que quando descobriu que amarrar é um fetiche interessante na hora da transa, comparou com épocas da vida em que pensou nesse ato de forma totalmente contrária.
Ela disse assim: “eu tinha um fetiche lá na minha empresa: era amarrar a minha ex-orientadora e tirar página por página de um livro dela e fazê-la vê-lo navegar em forma de barquinhos de papel no rio Faria Timbó.”
Claro que dessa forma o ato de amarrar não tem nada a ver com fetiche. Trata-se de uma vingança altamente cruel, porque quem mora aqui nesta cidade maravilhosa certamente sabe que o Rio Faria Timbó é um verdadeiro esgoto a céu aberto...
Mas a moça segue com outros pensamentos que de um momento pra outro, amparado nas entrelinhas aqui de um blog fetichista a fizeram relembrar de certos delírios.
Aspas pra moça outra vez: “isso sem contar a minha versão heavy metal para a explosão do cemitério dos Inocentes em Paris e o desejo atual de bagunçar o cabelinho de Justin Bieber do meu orientador atual completamente amarrado (coitadinho... Esse até que escreve direitinho)”
Bom, antes de qualquer coisa vale salientar a veia sádica de nossa amiga leitora. E fico aqui pensando nas coisas que ela poderia pensar a meu respeito e, sem qualquer cerimônia, me encaixar nesses delírios de verão que ela anda flertando.
Esse papo é bom. E com toda a certeza servirá pra esclarecer de uma vez por todas que o ato de amarrar durante o sexo nada mais é do que um fetiche inofensivo e de resultados surpreendentes. A maldade está implícita no pensamento de quem critica sem conhecimento ou inflado por idéias conservadoras de quem gosta de se achar o dono da verdade.
Neste caso, duas vias se encontraram num paralelo que foi possível traçar diante de uma leitura de um tema especifico. A leitora aproveita o embalo e usa sua imaginação pra se encontrar onde as cordas fizeram parte de seus pensamentos. E, com certeza, sabe perfeitamente separar as coisas, porque quando existe o argumento da gozação sem ser jocoso é sinal de que a inteligência falou mais alto.
E muitos bondagistas tiram sarros desses papos. Em tempos difíceis, quando ninguém falava de bondage como um fetiche, era comum achar tesão em argumentos desse nível.
Um amigo outro dia me relembrou que nos tempos de colégio, na adolescência, costumava provocar situações de vingança nas meninas e ficava a espera de uma resposta que satisfizesse sua ânsia fetichista. Segundo ele mesmo afirma, quando o papo colava e as garotas vociferavam desejos de vingança mesmo em tom de brincadeira, e afirmavam que amarrariam a fulana pra lhe cortar os cabelos. Então ele plasmava a imagem que lhe rendia umas cinco bronhas na semana. Dias que se foram...
A conclusão é simples. O ato de amarrar durante a transa não
visa privar alguém da liberdade ou forçar qualquer acontecimento. A coisa
funciona de forma consensual e a idéia é privar os sentidos e ser o dono da
situação no ato. Pra quem gosta é um prato cheio, costuma causar terremotos e
devaneios suficientes que se prolongam na medida em que os parceiros se tornam
praticantes dos jogos.
No entanto, não existe insanidade ou demência capaz de transformar uma brincadeira de adultos num ato psicopata.
Se praticar bondage é um ato de loucura como alguns insistem em dizer, só posso afirmar que a
minha loucura será perdoada...
No entanto, não existe insanidade ou demência capaz de transformar uma brincadeira de adultos num ato psicopata.
Se praticar bondage é um ato de loucura como alguns insistem em dizer, só posso afirmar que a
minha loucura será perdoada...
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