terça-feira, 20 de março de 2012

Luxuria in BH


Projeto Luxuria in Belo Horizonte - 24 de Março de 2012



Fonte: roupadelatex.com.br


Prazer de um lado em servir e de outra a controlar. Prazer de conduzir e de ser conduzida, de ultrapassar barreiras, norteando-se sempre pela segurança e bom senso, pela firmeza de caráter que define o BDSMista, ou pelo menos deveria definir.
Fora isso, a questão do com sexo ou sem sexo, com penetração ou não, é uma questão do par que ali se formou, independente da escolha das partes, o importante é ter o prazer na relação. Se ambos estão satisfeitos, não vejo o porque do problema. Há sempre a premissa da quebra do contrato para qualquer um dos lados que não esteja satisfeito com o relacionamento, premissa esta implícita na própria liturgia (se é que esta existe, hoje já começo a duvidar um pouco).
O que ocorre hoje e acho que sempre ocorreu no BDSM, porém de uma forma mais velada, é que muitos(as) procuram por namorados(as), por amantes; ainda por uma pegada diferente, mas sem que haja compromisso entre as partes; procuram por algo que não lhes é proporcionado em casa, entre tantas outras variantes. E acabam encontrando muitas vezes, mesmo que troquem de "Dono" ou "submissa" milhares de vezes no ano. Pois acredito que para cada panela há uma tampa certamente, e o BDSM, virou uma espécie de ponto de encontro para àqueles que querem algo diferente.
O porque disso? Porque há distorção no âmago da definição do BDSM aqui, porque a sociedade BDSMista aceita muitas vezes e até aplaude, porque todos nós, eu inclusive, muitas vezes fazemos vistas grossas.
Acredito sim, que todos tem direito à estes prazeres, é inerente ao ser humano buscar por eles.
Esquecem porém, que o BDSM não é o algo diferente. BDSM tem regras e regras claras para aqueles que querem ver, porém, em nome deste mesmo prazer que ele pode proporcionar, jamais foram escritas definitivamente, o que as tornaria engessadas por demais, então simplesmente dizemos que o BDSM é o SSC, RACK ou qualquer coisa assim, que tenha uma relação de troca de poderes consensual.
Agora posso afirmar, BDSM é isso sim, uma relação de troca de poderes consensual, onde um e apenas um manda e outro obedece, dentro de uma racionalidade e com parâmetros de segurança. Regido pela Liturgia (com mais ou com menos, não importa, mas que esta esteja presente). E ainda que nesta relação, as partes aceitem, na forma que é esta tal liturgia, sem ajustes pessoais, para dar um "jeitinho" nisso ou naquilo. BDSMista é estudioso da arte e com isso busca aprimorar sua técnica. É consciente do que faz e não um desmedido. Para o TOP, é cauteloso, pois sabe a preciosidade que tem em suas mãos (é uma vida a conduzir). E facilmente pode ser definido pela palavra austero.
Quem é BDSMista sabe que é. Aqueles que estão no meio somente para alcançar outros objetivos, também sabem, porém, sentem-se completamente confortável com a situação que se encontra a sociedade BDSMista hoje.
A questão que levanta, serve para os dois lados, "o que seria submissa de verdade" deve vir sempre acompanhado pelo "o que é ser Dominador de verdade"? E o que busca no BDSM? Com isso, acredito que a pessoa pode tornar-se mais consciente do que quer e saber definitivamente se é ou não BDSMista, ou então encontrar a resposta que tanto deseja. Lembrando sempre que quando adentra-se à um grupo, segue-se as regras ditadas pelo mesmo. O BDSMista se enquadra no BDSM e não o contrário.
Mas este é apenas meu ponto de vista.
(Publicada originalmene na lista BDSM)
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Objeto de Decoração!!

SUA UTILIDADE DEPENDE DA SUA IMAGINAÇÃO SOMENTE!!

Loucura?



Outro dia alguém me disse assim: esse negócio de amarrar a pessoa na hora do sexo é coisa de maluco. Ok, mais uma opinião desse tipo é fácil de absorver. Pra quem não sabe, por dia chegam aqui vários emails, dos mais interessantes, como o de ontem, aos mais absurdos.
Daí, o fetiche ser taxado de maluquice é pouca areia pra botar no caminhão.
E nesse emaranhado de correspondências uma me chamou a atenção.
Não vem de nenhuma bíblia fanática ou de revoltados fundamentalistas sociais.
Alguém que quando descobriu que amarrar é um fetiche interessante na hora da transa, comparou com épocas da vida em que pensou nesse ato de forma totalmente contrária.
Ela disse assim: “eu tinha um fetiche lá na minha empresa: era amarrar a minha ex-orientadora e tirar página por página de um livro dela e fazê-la vê-lo navegar em forma de barquinhos de papel no rio Faria Timbó.”
Claro que dessa forma o ato de amarrar não tem nada a ver com fetiche. Trata-se de uma vingança altamente cruel, porque quem mora aqui nesta cidade maravilhosa certamente sabe que o Rio Faria Timbó é um verdadeiro esgoto a céu aberto...
Mas a moça segue com outros pensamentos que de um momento pra outro, amparado nas entrelinhas aqui de um blog fetichista a fizeram relembrar de certos delírios.
Aspas pra moça outra vez: “isso sem contar a minha versão heavy metal para a explosão do cemitério dos Inocentes em Paris e o desejo atual de bagunçar o cabelinho de Justin Bieber do meu orientador atual completamente amarrado (coitadinho... Esse até que escreve direitinho)”
Bom, antes de qualquer coisa vale salientar a veia sádica de nossa amiga leitora. E fico aqui pensando nas coisas que ela poderia pensar a meu respeito e, sem qualquer cerimônia, me encaixar nesses delírios de verão que ela anda flertando.
Esse papo é bom. E com toda a certeza servirá pra esclarecer de uma vez por todas que o ato de amarrar durante o sexo nada mais é do que um fetiche inofensivo e de resultados surpreendentes. A maldade está implícita no pensamento de quem critica sem conhecimento ou inflado por idéias conservadoras de quem gosta de se achar o dono da verdade.
Neste caso, duas vias se encontraram num paralelo que foi possível traçar diante de uma leitura de um tema especifico. A leitora aproveita o embalo e usa sua imaginação pra se encontrar onde as cordas fizeram parte de seus pensamentos. E, com certeza, sabe perfeitamente separar as coisas, porque quando existe o argumento da gozação sem ser jocoso é sinal de que a inteligência falou mais alto.
E muitos bondagistas tiram sarros desses papos. Em tempos difíceis, quando ninguém falava de bondage como um fetiche, era comum achar tesão em argumentos desse nível.
Um amigo outro dia me relembrou que nos tempos de colégio, na adolescência, costumava provocar situações de vingança nas meninas e ficava a espera de uma resposta que satisfizesse sua ânsia fetichista. Segundo ele mesmo afirma, quando o papo colava e as garotas vociferavam desejos de vingança mesmo em tom de brincadeira, e afirmavam que amarrariam a fulana pra lhe cortar os cabelos. Então ele plasmava a imagem que lhe rendia umas cinco bronhas na semana. Dias que se foram...
A conclusão é simples. O ato de amarrar durante a transa não visa privar alguém da liberdade ou forçar qualquer acontecimento. A coisa funciona de forma consensual e a idéia é privar os sentidos e ser o dono da situação no ato. Pra quem gosta é um prato cheio, costuma causar terremotos e devaneios suficientes que se prolongam na medida em que os parceiros se tornam praticantes dos jogos.
No entanto, não existe insanidade ou demência capaz de transformar uma brincadeira de adultos num ato psicopata.
Se praticar bondage é um ato de loucura como alguns insistem em dizer, só posso afirmar que a
minha loucura será perdoada...